A perspectiva histórica da pesquisa e prática da leitura







"A Historical Perspective on Reading Research and Practice”

Patricia A. Alexander e Emily Fox

A era da aprendizagem condicionada (1950-1965)

Características principais

Principais teorias

Principais resultados

Visões rivais

·         Problemas de leitura em crianças;

·         Problemas de leitura vistos como deficiência e precisava de remediação;

·         Leitura conceituada como comportamento condicionado;

·         O professor cria contingências para o aluno usar em outras situações de estudo;

·         Aplicação de recompensas e punições;

·         A aprendizagem não deveria ser concebida como crescimento ou desenvolvimento, mas sim como aquisição de comportamentos;

·         Estimulação repetida e controlada do ambiente.

·         Implantação do Behaviorismo de Skinner como alternativa de solução.

 

·         Habituação da leitura condicionada por estímulos;

·         A instrução fonética passou a ser vista como parte da base lógica para começar a ler e tinha o atributo desejável de ser eminentemente treinável;

·         Onde houvesse problemas na aquisição de habilidades, a solução provavelmente seria um programa de treinamento individualizado.

·         William James (1890) - noção de que o pensamento humano é importante para a ação humana. A melhor descrição de ler seria um hábito consciente;

·         Teoria Gestalt – entender o fenômeno com um todo.


 














A era da aprendizagem natural (1966-1975)

Características principais

Principais teorias

Principais resultados

Visões rivais

·         Aumento do interesse em estruturas e processos mentais internos, desencadeado por avanços em neurologia e inteligência artificial (Ericsson & Smith, 1991);

·          Os movimentos voltaram a atenção para dentro da mente humana e para longe do ambiente;

·         Insatisfação com o Behaviorismo;

·         A linguagem deveria ser desenvolvida por meio do uso significativo, não praticada a ponto de causar reações irracionais.

·         Os linguistas, baseados em Chomsky (1957, 2002) defendiam uma visão menos voltada para o meio ambiente e mais rígida sobre a aquisição da linguagem;

·         Os pesquisadores psicolinguísticos sentiram que a atenção aos aspectos discretos da leitura defendidos no behaviorismo destruía o poder comunicativo natural e a estética inerente à leitura.

·         A linguagem tinha uma estrutura natural e governada por regras, tornou-se essencial unir todas as formas de aquisição e uso da linguagem;

·         Surgiram investigações sobre as estruturas mentais inferidas e os processos de leitura em relação à performance;

·         O aluno foi escalado para o papel de um participante ativo.

·         O foco da aprendizagem era mais em como esses processos e procedimentos poderiam ser mais bem representados simbolicamente e transferidos para programas de computador que pudessem se aproximar do desempenho humano (Fodor, 2001).

















A era do processamento de informações (1976-1985)

Características principais

Principais teorias

Principais resultados

Visões rivais

·         Pouca consideração pelo inato ou naturalidade da leitura e pouco interesse pela fusão dos campos da alfabetização;

·         Buscou-se processos gerais ou “leis” que explicassem a linguagem humana como uma interação entre o sistema de símbolos e a mente;

·         Metáfora do computador;

·         Foco na mente individual.

·         A psicologia cognitiva e a teoria do processamento de informações dominou o domínio da leitura (Anderson, 1977);

·         Pesquisa sobre o construto do conhecimento prévio – influência da filosofia de Immanuel Kant

·         A base de conhecimento dos leitores mostrou ser poderosa, penetrante, individualista, e modificável;

·         Associações significativas foram estabelecidas entre o conhecimento existente dos leitores e seu desempenho de leitura subsequente;

·         Escritos sobre gramática de história, coesão textual, estrutura textual e gêneros textuais proliferaram;

·         Investigou-se a organização do conhecimento na mente e distinguia leitores novatos de leitores mais experientes.

·         Defesa de uma visão mais naturalista e holística da leitura (Smith, 1985);

·         Preocupação crescente com a estética da leitura sobre o racional (Rosenblatt, 1978/1994).




















A era da aprendizagem sociocultural (1986-1995)

Características principais

Principais teorias

Principais resultados

Visões rivais

·         Rejeição à metáfora do computador;

·         Estudo com textos que ocorrem em ambientes naturais, como sala de aula, casas e locais de trabalho;

·         Entendimento mútuo – interação de determinados indivíduos em determinados contextos;

·         Orientações de grupo;

·         Compreensão compartilhada;

·         Experiência sociocultural colaborativa;

·         Aluno membro de uma comunidade de aprendizagem

·         Metáfora do andaime

·         Teoria construtivista (Vygotsky 1934/1986), Lave (1988), entre outros.

 

·         O conhecimento não era considerado singular, e esses vários conhecimentos tiveram de ser coordenados ou reconciliados na execução de qualquer ato de alfabetização não trivial;

·         Reconciliação entre o conhecimento não escolarizado e o escolarizado;

·         Reconhecimento de múltiplas formas de conhecimento;

·         Consciência da importância das contribuições sociais e contextuais para a aprendizagem ficou evidente na proliferação de termos como comunidades de aprendizagem ( Brown & Campione, 1990), cognição socialmente compartilhada ( Resnick, Levine, & Teasley, 1980), cognição distribuída ( Salomon, 1993), experiência compartilhada ( Brown e Palincsar, 1989) etc.

·         Pesquisa sobre situatividade ou ação situada (Greeno & the Middle School Mathematics Through Applications Project Group, 1998; Greeno & Moore, 1993) -desenvolveram uma ênfase nas possibilidades de aprendizagem oferecidas nas condições do ambiente imediato de aprendizagem;

·         Conhecimento como intransferível entre situações ou contextos (Sfard, 1998);

·         O conhecimento estaria presente quando os alunos estivessem socialmente engajados em discussões ou atividades de aprendizagem colaborativa.

























A era do aprendizado engajado (1996 -)

Características principais

Principais teorias

Principais resultados

Visões rivais

·         Leitor engajado ou motivado;

·         Reconhece que a leitura não se limita a materiais impressos tradicionais, mas se estende aos textos que os alunos encontram diariamente, incluindo os materiais não lineares, interativos, dinâmicos e visualmente complexos transmitidos por meio de mídia audiovisual (Alexander & Jetton, 2003);

·         Formas alternativas de textos – hipertexto;

·         O aluno é conceituado como um buscador de conhecimento motivado (Alexander, 1997a);

·         Os alunos são participantes ativos e obstinados na construção do conhecimento

·         Teoria da motivação

·         Aprendizagem experimental (John Dewey)

·         Os alunos encontram uma variedade de materiais textuais, tradicionais e alternativos, que devem se refletir no ambiente de aprendizagem (Wade & Moje, 2000);

·         Uma visão de leitores proficientes que são capazes de adquirir novos conhecimentos e compreender novos conceitos.

·         Aprendizado como recondicionamento: a ênfase em leitores iniciantes ou problemáticos que ainda não dominaram os fundamentos de leitura















































































































































































































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